Novo Nordisk supera LVMH e se torna a empresa mais valiosa da europa impulsionada por medicamentos contra obesidade

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk ultrapassou a gigante francesa do luxo LVMH, tornando-se a empresa mais valiosa da Europa. O feito foi alcançado graças ao sucesso de seus medicamentos de combate à obesidade, Wegovy e Ozempic. As ações da Novo Nordisk subiram 2,1%, elevando sua capitalização de mercado para quase US$ 425 bilhões, enquanto a LVMH foi avaliada em cerca de US$ 420 bilhões após uma queda de 0,8% em suas ações.

O sucesso dos medicamentos Wegovy e Ozempic desencadeou uma espécie de “corrida do ouro” na indústria farmacêutica. Cerca de 40 empresas, lideradas pela Eli Lilly & Co., estão competindo com a Novo Nordisk por uma fatia do mercado. Eli Lilly espera obter aprovação nos EUA ainda este ano para usar seu medicamento para diabetes, Mounjaro, no tratamento da obesidade.

O mecanismo de ação por trás desses medicamentos é o agonista do GLP-1, uma molécula inicialmente identificada para ajudar pessoas com diabetes a regular seus níveis de açúcar no sangue. No entanto, seus efeitos de supressão do apetite também foram rapidamente descobertos para ajudar na perda de peso.

A popularidade desses medicamentos levou a preocupações regulatórias globais. Em 23 de agosto, autoridades na Dinamarca propuseram limites para os subsídios para tratamentos com GLP-1, temendo que o Ozempic possa não chegar aos diabéticos que dependem da injeção.

As ações da Novo Nordisk mais do que quadruplicaram desde o final de 2018, ultrapassando outros gigantes europeus como a Nestlé, bem como concorrentes farmacêuticos Roche e Novartis. Um estudo recente mostrou que o Wegovy reduz o risco de doenças cardíacas em um quinto, o que pode ampliar ainda mais o acesso ao medicamento.

No entanto, a empresa enfrenta desafios para expandir a produção. O fornecimento de Wegovy continuará restrito nos EUA, e a Novo Nordisk contratou a empresa Thermo Fisher Scientific Inc., sediada nos EUA, como seu segundo fabricante contratado do medicamento. O CEO da Novo, Lars Fruergaard Jorgensen, declarou que a empresa está “basicamente vendendo tudo o que pode produzir”.

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