Bristol Myers Squibb, uma das líderes no mercado farmacêutico, anunciou a aquisição da desenvolvedora de medicamentos oncológicos Mirati Therapeutics por um valor de $4,8 bilhões. A transação pode ainda envolver valores adicionais, dependendo de futuros desenvolvimentos.
A farmacêutica, conhecida pelo seu imunoterápico de sucesso, Opdivo, revelou que pagará $58 por ação da Mirati. Esse valor é ligeiramente inferior ao preço de fechamento do mercado da Mirati na sexta-feira, mas representa um terço a mais do que o preço da ação na quarta-feira anterior. A valorização das ações da Mirati ocorreu após relatos de que a Sanofi estava considerando uma proposta de compra.
A Mirati ganhou destaque no mercado devido ao seu medicamento para câncer de pulmão, Krazati, que no ano passado tornou-se o segundo medicamento de sua categoria a receber aprovação nos EUA. O Krazati é projetado para atacar tumores impulsionados por mutações em um gene associado ao câncer chamado KRAS, competindo diretamente com um medicamento similar da Amgen.
Apesar da Amgen ter uma posição consolidada no mercado, a Mirati tem conquistado espaço. Segundo a Bristol Myers, o Krazati representa 40% das novas prescrições no cenário de tratamento em que ambos os medicamentos são utilizados. Ambas as empresas, Amgen e Mirati, têm planos de expandir as aprovações de seus respectivos medicamentos para tratamentos iniciais e em combinação com outras drogas.
Além do Krazati, a Mirati possui outros três medicamentos oncológicos em testes clínicos. Um deles, o MRTX1719, está sendo desenvolvido para câncer de pulmão, bem como tumores de pele e do ducto biliar. A Mirati acredita que este medicamento pode ser pioneiro em sua classe e planeja iniciar um estudo de fase 2 no primeiro semestre do próximo ano.
Como parte do acordo, a Bristol Myers concordou em pagar um adicional de $12 por ação aos investidores da Mirati se o MRTX1719 for submetido com sucesso à FDA para aprovação dentro de sete anos após a conclusão da fusão.
Chris Boerner, atual COO da Bristol Myers e futuro CEO a partir de 1º de novembro, destacou a importância da aquisição, afirmando que a Mirati representa um avanço significativo nos esforços da empresa para expandir seu portfólio oncológico diversificado.
A aquisição é estratégica para a Bristol Myers, especialmente considerando que dois de seus medicamentos mais vendidos, Opdivo e o anticoagulante Eliquis, estão prestes a perder sua proteção de patente na segunda metade da década, o que pode afetar bilhões de dólares em receitas.
As empresas esperam concluir o negócio na primeira metade do próximo ano.
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