A síndrome de burnout, também referida como síndrome do esgotamento profissional, é um problema que pode afetar trabalhadores de diversas áreas e não deve ser abordada apenas no âmbito individual. Uma pesquisa recente e especialistas consultados pela Agência Brasil reforçam essa perspectiva.
Uma análise realizada pela Way Minder, plataforma voltada para saúde mental e bem-estar emocional, avaliou 600 profissionais de diferentes setores. Os resultados mostraram que áreas como recursos humanos, vendas, educação, liderança, administração e tecnologia da informação são as mais afetadas pela síndrome.
Deivison Pedroza, cofundador da Way Minder, destaca a importância da classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) do burnout como uma doença ocupacional. Isso tem levado empresas a se preocuparem mais com o bem-estar emocional de seus colaboradores, buscando estratégias para melhorar a qualidade de vida e minimizar os efeitos negativos da doença.
O estudo também revelou que cargos de liderança, como supervisores e gerentes, apresentam altos índices de burnout. Notavelmente, profissionais nascidos entre as décadas de 1960 e início dos anos 1980, que geralmente valorizam carreiras estáveis, são os mais afetados.
Antonio José de Carvalho, psicólogo e autor do livro “Síndrome de Burnout, uma Ameaça Invisível no Trabalho”, destaca a diferença entre estresse e burnout. Enquanto o estresse é um evento corriqueiro, o burnout é um acúmulo crônico de estresse. Carvalho compara a situação a um elástico: se esticado e ainda retornar à sua forma original, é estresse; se deformado permanentemente, é burnout.
O especialista ressalta que o burnout não é apenas um problema individual, mas também organizacional. Ele sugere que as empresas, em muitos casos, são ambientes tóxicos e que a abordagem deve ser coletiva. Usando a analogia de um aquário, Carvalho afirma que tratar apenas o “peixe” (o trabalhador) não é suficiente; é preciso cuidar da “água” (a cultura organizacional) para prevenir a síndrome de burnout.
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