A importação de produtos à base de cannabis para fins medicinais no Brasil teve um aumento expressivo de 93% em 12 meses, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Este crescimento acompanha uma tendência global de redescoberta dos princípios ativos da planta cannabis para o tratamento de uma variedade de condições, desde epilepsia e Parkinson até ansiedade e depressão.
Desde 2015, a Anvisa permite a importação de produtos derivados da cannabis. As formas de administração terapêutica mais comuns são os óleos, as pomadas, os extratos e os medicamentos, alguns dos quais já estão disponíveis em farmácias. No primeiro ano, foram concedidas 850 autorizações. Em junho deste ano, foram mais de 13,5 mil pedidos atendidos para pacientes que buscavam importar os produtos.
No entanto, a Anvisa recentemente vetou a importação de partes da planta in natura. Em algumas situações, médicos indicavam a vaporização de porções de variedades da cannabis que oferecem altas concentrações de canabidiol (CBD). A agência argumentou que a combustão e inalação de uma planta não são formas farmacêuticas/vias de administração de produto destinado ao tratamento de saúde.
O mercado de cannabis medicinal está em alta no Brasil, com mais de 180 mil pacientes e mais de 80 empresas e 1900 produtos relacionados à cannabis disponíveis, de acordo com dados da Kaya Mind, uma empresa especializada em inteligência de mercado para o setor da cannabis e mercados afiliados.
Apesar do veto da Anvisa à importação de partes da planta in natura, o crescimento do mercado de produtos à base de cannabis e o aumento da demanda por esses produtos indicam que a cannabis medicinal continuará a ser uma área importante de pesquisa e tratamento no Brasil.
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