Cientistas da Universidade de Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, alcançaram um marco significativo na luta contra a obesidade. Eles desenvolveram um medicamento que, quando testado em camundongos, reverteu a obesidade e reduziu os níveis de colesterol, mesmo com os animais mantendo uma dieta rica em gordura.
O medicamento, administrado diretamente no fígado dos camundongos através de um transportador de nanogel, utiliza um hormônio tireoidiano sintético chamado tiromimético. Os hormônios da tireoide são essenciais para manter o equilíbrio metabólico do fígado. No entanto, a administração sistêmica de tiromiméticos pode diminuir sua eficácia e causar efeitos colaterais. A equipe descobriu que encapsulando o medicamento em nanogéis, os riscos de efeitos adversos foram minimizados.
S. Thai Thayumanavan, engenheiro químico e biomédico e um dos autores do estudo, destacou a importância da descoberta. “Cem milhões de americanos sofrem de obesidade e distúrbios cardiometabólicos relacionados. Percebemos a necessidade de entregar este medicamento especificamente ao fígado para evitar complicações em outras áreas do corpo”, explicou.
Durante o estudo, os camundongos obesos foram alimentados com uma dieta rica em gordura, açúcar e colesterol por 24 semanas antes do tratamento. Mesmo mantendo essa dieta durante o tratamento, os animais não só retornaram ao seu peso normal, como também apresentaram queda nos níveis de colesterol e redução da inflamação hepática.
Thayumanavan acrescentou: “Os ratos tratados perderam completamente o peso ganho e não observamos nenhum efeito colateral indesejável. Estamos ativando a via reversa de transporte do colesterol, o que reduz os níveis de colesterol no corpo.”
Apesar dos resultados promissores, os cientistas enfatizam a necessidade de mais pesquisas e estudos para validar suas descobertas. O caminho para testes em humanos ainda é longo, mas a equipe está otimista. A obesidade, que já afeta milhões globalmente, tem projeções alarmantes: a Organização Mundial de Saúde estima que 700 milhões de pessoas serão obesas até 2025. No Brasil, mais de 6,7 milhões de pessoas já convivem com a doença, tornando descobertas como essa ainda mais cruciais.
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