osé Seripieri Filho, fundador da Qualicorp e um dos empresários mais experientes no mercado de saúde privada no Brasil, atribui a atual crise enfrentada pelos planos de saúde à regulação do setor. Em 2022, os planos de saúde registraram um prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões, o pior em 20 anos, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Seripieri acredita que o projeto de lei atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados pode agravar ainda mais o desequilíbrio, prejudicando as operadoras de saúde, que podem não ser capazes de suportar a pressão.
Seripieri sugere um reforço na regulamentação para hospitais, médicos e farmacêuticas que atuam no mercado. Ele argumenta que a saúde suplementar não é mais apenas um problema entre a ANS e as operadoras, mas um problema governamental de longo prazo, envolvendo a sustentabilidade do setor e a acessibilidade aos serviços de saúde.
O empresário também destaca distorções nos reajustes e a falta de interesse das grandes operadoras no mercado de planos individuais. Ele critica a falta de regulação da rede médica de prestadores, que impacta entre 80% e 90% das despesas de uma operadora.
Seripieri defende que a regulação deve ser aplicada a todos os atores dessa cadeia econômica, incluindo prestadores médicos e a indústria farmacêutica, para evitar sobrecarregar um único ente de toda essa cadeia. Ele também critica a legislação atual, que sobrecarrega as operadoras, e argumenta que a falta de regulação da cadeia de saúde suplementar potencializa a impunidade e uma cadeia de fraude.
Apesar de ter fundado a Qualicorp e a QSaúde, Seripieri recentemente vendeu a carteira de beneficiários da QSaúde para a healthtech Alice e expressou receio em retornar ao setor. Ele acredita que a regulamentação e o modus operandi do mercado são inibidores da acessibilidade e que a situação atual está levando os clientes a fazerem um downgrade de plano, optando por medicina de grupo verticalizada.
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