Durante o último dia do congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), em 26 de junho, foram divulgados os resultados da fase 2 de um estudo que avaliou o impacto da Retratrutida, um novo medicamento injetável da farmacêutica Eli Lilly. O estudo envolveu 338 indivíduos com sobrepeso ou obesidade, e após um ano de tratamento, os pesquisadores constataram uma perda média de peso de 24,2%. Esses resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine.
A Retratrutida se destaca por sua ação em três hormônios diferentes: GLP-1, GIP e glucagon. Na prática, isso significa que o medicamento aumenta a saciedade, diminui a fome e ainda acelera o gasto metabólico basal, ajudando na queima de calorias. Isso explica os resultados mais expressivos na perda de peso em comparação com outros medicamentos contra a obesidade.
Além disso, o medicamento também mostrou melhorias significativas na esteatose hepática, a popular gordura no fígado, que pode levar a complicações graves de saúde, como cirrose e até câncer. Em alguns casos, a redução nesses índices chegou a 82%.
A Retratrutida também foi avaliada entre pacientes com diabetes tipo 2, e os dados se mostraram igualmente promissores. Nesse caso, 281 pacientes foram acompanhados durante 36 semanas, e os pesquisadores notaram uma perda média de 17% no peso dos participantes.
Apesar dos resultados promissores, o acesso ao medicamento ainda será um desafio no Brasil. O tratamento com medicamentos semelhantes, como o Ozempic, pode custar cerca de R$ 1 mil por mês, o que pode impactar a adesão ao tratamento, uma vez que é um tratamento crônico. Além disso, estudos indicam que, ao interromper as aplicações, muitos pacientes retornam à situação inicial, perdendo os benefícios conquistados até então.
As pesquisas de fase 3 da Retratrutida já estão em andamento, e ainda há um longo caminho até a aprovação do medicamento pela Anvisa no Brasil.
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