Recentemente, o Peru declarou estado de Emergência de Saúde devido à confirmação de quatro mortes causadas pela Síndrome de Guillain-Barré. Esta doença rara, que afeta entre 1 a 4 pessoas por 100.000 habitantes anualmente, tem causado preocupação global. Neste artigo, vamos explorar o que é a Síndrome de Guillain-Barré, seus sintomas, tratamento e se há risco de a doença chegar ao Brasil.
A Síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autoimune raro que afeta o sistema nervoso periférico. A doença progride de forma ascendente, começando pelos pés, pernas, braços, tronco e face. Ela causa fraqueza muscular que pode variar de leve a paralisia muscular em casos mais agudos. Apesar de poder haver complicações, a maioria dos casos tem boa resolução, raramente deixando sequelas.
As causas da doença ainda não são bem conhecidas, mas as observações clínicas apontam para o desencadeamento da síndrome após quadros infecciosos. O bacilo Campylobacter, causador de quadros diarreicos, é o mais associado ao desenvolvimento da doença. No entanto, a síndrome também foi observada após infecção por outros vírus, como Zika, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, sarampo, vírus influenza, dengue, entre outros.
Os sintomas da Síndrome de Guillain-Barré podem incluir dormência nos pés e pernas, que podem “subir” para mãos, braços, tronco e face, fraqueza muscular, dores lombares, confusão mental e perda da coordenação motora. O diagnóstico é clínico em um primeiro momento, sendo o sintoma mais marcante da doença a perda da força muscular gradual, iniciando nas pernas.
A síndrome de Guillain-Barré geralmente tem boa resolução clínica, mas em alguns casos a doença pode se desenvolver de forma aguda, acometendo o sistema respiratório e cardíaco. Nestes casos, o internamento é necessário e podem haver complicações, levando o paciente a óbito, não apenas pela doença, mas pelo tempo de internação. O tratamento é feito com a Imunoglobulina intravenosa, e em casos mais graves, plasmaferese.
Apesar do surto recente no Peru, a Síndrome de Guillain-Barré não é contagiosa. Portanto, não é um risco iminente que o surto ocorrido no Peru possa chegar ao Brasil. No entanto, é sempre importante estar atento aos sintomas e procurar ajuda médica se necessário. A maioria dos casos da doença é completamente controlada e os sintomas desaparecem, mas alguns pacientes podem ter sequelas pelo resto da vida.
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