A gigante da saúde, UnitedHealth Group (UHG), enfrenta desafios significativos em sua tentativa de vender sua operação no Brasil, a Amil. A operação brasileira tem sido uma fonte contínua de preocupações para a maior empresa de saúde do mundo.
Um dos principais obstáculos para a venda é a carteira de planos de saúde individuais da Amil, que engloba mais de 300 mil beneficiários. Esta carteira é deficitária e tem seus reajustes controlados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Em 2022, a UHG tentou se desfazer desse ativo, oferecendo R$ 2,3 bilhões ao comprador para assumir o problema. No entanto, a ANS interveio, exigindo que a UHG revertesse a venda e reassumisse a operação.
Por outro lado, a rede de hospitais e clínicas da Amil é lucrativa. Fontes do setor indicam que a UHG tentou vender seus ativos mais rentáveis, mas encontrou resistência, pois potenciais compradores estavam relutantes em assumir a “parte ruim” do negócio.
A avaliação predominante é que, devido à natureza verticalizada da empresa, o valor total da operação é maior do que a soma de suas partes individuais. Portanto, vender ativos em partes separadas poderia resultar em perda de valor.
Uma possível solução seria vender a Amil para outro grande grupo internacional interessado em entrar no mercado brasileiro. No entanto, o mercado brasileiro de saúde é complexo e apresenta desafios específicos, tornando essa opção menos atraente para potenciais compradores internacionais.
Harold Takahashi, sócio da Fortezza Partners, expressou ceticismo sobre a entrada de um novo player internacional, citando as particularidades do mercado de saúde brasileiro e a situação atual desafiadora do setor.
Outro desafio para a venda pode ser a intervenção do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e novamente da ANS, especialmente se o comprador for um grande concorrente nacional.
A UHG, com sede nos EUA, adquiriu a Amil em 2012 por quase R$ 10 bilhões. A ideia era expandir a participação de mercado da Amil, mas a operação não teve o crescimento esperado. Atualmente, a Amil tem cerca de 5,4 milhões de beneficiários, uma queda em relação aos números de dez anos atrás.
Além disso, a Amil registrou prejuízos significativos nos últimos anos, contrastando com o desempenho positivo do setor de saúde como um todo.
O valor estimado da Amil varia, com estimativas oscilando entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões. No entanto, fontes do setor afirmam que é difícil determinar um preço exato, especialmente considerando os desafios associados à carteira de planos individuais.
Ao ser contatado sobre a possível venda da Amil, o grupo UnitedHealth Brasil optou por não comentar rumores de mercado.
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